terça-feira, maio 30, 2006

Eu gosto de macacos

Eu gosto de macacos.

A loja de animais estava-os vendendo por 5 centavos cada. Achei estranho porque eles normalmente custam alguns barões cada. Mas cavalo dado não se olha os dentes. Comprei 200. Eu gosto de macacos.

Levei meus 200 macacos para casa. O carro é grande. Deixei um dirigir. Seu nome é Sigmund. Ele é retardado. Na verdade, nenhum deles era muito brilhante. Eles ficavam se socando, na virilha. Eu ri. Então um me acertou na virilha. Eu parei de rir.

Levei-os para o meu quarto. Eles não se adaptaram muito bem ao seu novo ambiente. Guinchavam, se atiravam do sofá em alta velocidade e se estatelavam na parede. Apesar de engraçado no inicio, o espetáculo perdeu metade da graça na terceira hora.

Duas horas depois eu descobri porque os macacos eram tão baratos: todos estavam mortos. Sem razão aparente. Eles, tipo que simplesmente caíram mortos. Como quando você compra um peixinho dourado e ele morre cinco horas depois. Macacos baratos de merda.

Não sabia o que fazer. Havia 200 macacos mortos espalhados por todo o meu quarto, na cama, no armário, pendurados na estante de livros. Parecia que eu tinha 200 tapetinhos.

Tentei mandar um descarga à baixo. Não funcionou. Ficou entalado. Então eu tinha macaco morto molhado e 199 macacos mortos secos.

Tentei fingir que eles eram só animais empalhados. Funcionou por um tempo, isto é, até eles começarem a se decompor. O cheiro ficou realmente ruim.

Eu tinha que mijar, mas havia um macaco morto na privada e eu não queria chamar um encanador. Eu estava envergonhado.

Tentei desacelerar a decomposição congelando-os. Infelizmente só havia espaço no freezer para dois macacos por vez, então eu tinha que troca-los à cada 30 segundos. Também tive que comer toda a comida do freezer, portanto não foi de todo mal.

Tentei queima-los. De cara descobri que a minha cama era inflamável. Eu tive que apagar o fogo.

Então eu tinha um macaco morto, molhado na minha privada, dois macacos mortos, congelados no freezer e 197 macacos mortos, defumados em uma pilha na minha cama. O cheiro não estava melhorando.

Estava ficando agitado com a minha inabilidade de me livrar dos meu macacos e de usar o banheiro. Soquei um dos macacos. Me senti melhor.

Eu tentei joga-los no lixo, mas o cara do caminhão de lixo disse que a cidade não permitia jogar no lixo primatas defumados. Disse para ele que tinha um molhado. Mas ele também não podia pega-lo. Não me dei ao trabalho de perguntar dos congelados.

Finalmente cheguei à uma solução. Eu os dei como presentes de Natal. Meus amigos não sabiam o que dizer. Eles fingiam que gostavam, mas eu podia ver que estavam mentindo. Ingratos. Então eu os acertei na virilha.

Eu gosto de macacos.

Tradução do texto I Like Monekeys de Christopher Blizzard.

Um comentário: